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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Serra da Estrela (40°20'25.07"N 7°36'55.30"W)

Serra da Estrela é um montanhoso maciço granítico que se encontra no Centro-Este de Portugal e se estende por cerca de 115 km. O ponto mais elevado localiza-se a 1993 metros de altitude, sendo também o ponto mais alto do Portugal continental. 
Mas como se terá formado esta cadeia montanhosa? Assim do nada no meio da Península Ibérica?
Vamos desvendar o mistério começando pelos tempos mais remotos muito antes do aparecimento do homem.

Tudo começou aproximadamente 650 milhões de anos atrás, no Pré-Câmbrico, quando a vida estava no início da sua existência  e a península Ibérica não se encontrava onde se localiza agora. A região encontrava-se submersa e recebia sedimentos das zonas costeiras, que se acumulavam por camadas alternadas de argila e areia.
Assim por metamorfismo formaram-se as rochas mais antigas da região. 
Já no período Devónico, há cerca de 360 milhões de anos, no período do super-continente Pangea, devido a colisão entre placas Americana e Europeu os sedimentos depositados sofreram dobramento. 30 m.a.. Depois, no Carbónico, instalaram-se em profundidade magmas graníticos . Posteriormente, ha 240 m.a., ocorreu uma fraturação intensa das rochas e camadas sedimentares.
Orogenia Hercínica
Quando as deformações dúcteis e frágeis terminaram, os efeitos da erosão intensificaram-se arrasando o relevo e originando uma planície. Neste momento começou a atuar  o mecanismo de ajustamento isostático e as rochas que se encontravam em profundidade elevaram-se a superfície.
À superfície ocorreu a descompressão dos granitos que levou a formação de diaclases (fraturas) nos blocos, estes fraturaram em cubos, sofreram erosão (mais intensa nas arestas e nos vértices) dando origem a CAOS DE BLOCOS, paisagem típica da Serra.
Já no Mesozóico originou-se um regime distentivo devido ao afastamento das placas Americana e Europeia, apareceram zonas deprimidas com matéria erodida acumulada nos "grabens".
Mais perto dos nosso dias iniciou-se a formação da serra. Devido a forças compressivas  exercidas pela placa Africana sobre a placa Euroasiática, as falhas antigas reativaram-se formando falhas inversas que provocando a subida dos blocos e consequentemente o efeito de escadaria da Serra de Estrela.

Durante a última glaciação, a glaciação de Würm, o topo da serra estava coberto com uma camada espessa (80 a 300 metros) de gelo glaciar. Atualmente restam apenas vestígios desse período glaciar, vestígios paleoclimáticos.
Moreias
O Espinhaço de Cão é uma moreia mediana resulta da junção de duas moreias laterais.
A Nave de Sto. António é um bom exemplo de moreia de fundo

Ao longo do vale do Zêzere podem ser vistas as moreias laterais
E para terminar, em Caldas de Manteigas vemos um exemplo de moreia terminal
Circos Glaciares
Um circo glaciar é o lugar onde se acumula a neve que "alimenta" o glaciar. Após os períodos Glaciares, os circos têm uma forma cónica, que no futuro armazenam água dando origem aos lagos ou a nascentes, como é o caso do Covão d'Ametade (Foto 1 e 2) e simultaneamente a nascente do rio Zêzere (Foto 3 e 4).
O Bloco Errático
Na Serra o mais conhecido é o Poio do Judeu, este bloco estava a ser transportado pelo glaciar que, a uma determinada altura, perdeu a capacidade e força para transportar um bloco de tão elevadas dimensões, deixando-o no lugar onde hoje se encontra.
Rochas estriadas
O glaciar transporta consigo grande quantidade de sedimentos, por ser um bom agente de transporte e agente erosivo. Esses sedimentos transportados, por uma ação abrasiva vão "lixando" as rochas, formando nelas estrias que indicam a direção de deslocamento da língua glaciária.
Finalmente temos uma vale glaciar em U
e um vale suspenso, um dos afluentes

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